Uma das condições fisiológicas básicas mais importantes para um correto desenvolvimento do complexo Naso-maxilo-facial é sem dúvidas uma correta Respiração Nasal. É esta simples condição fisiológica que propicia desde os primeiros meses de vida, uma correta estimulação física e elétrica de componentes ósseos, musculares, cartilaginosos e tegumentares da região média da face. Qualquer obstrução neste processo, conduz inevitavelmente a uma respiração pela boca, chamada de Respiração Bucal.

Esta Disfunção, muito comum entre as crianças, tem como principais causas, obstruções naso-respiratórias crônicas provocadas por adenóides hipertrofiadas, amígdalas hipertrofiadas, rinites alérgicas, desvios de septo, cornetos hipertróficos, entre outros. Estas alterações devem ser rapidamente detectadas por médicos e Cirurgiões Dentistas (Ortodontistas, Clínicos e Odontopediatras), e encaminhados ao Especialista Otorrinolaringologista, para avaliação e intervenção  precoce.

Quase sempre, nos primeiros anos de vida, o hábito de Respiração Bucal pode ter efeito devastador no desenvolvimento naso-maxilo-facial. A principal causa disso, é que de acordo com a Teoria da Matriz Funcional de Moss, seria necessário a passagem física do ar pela cavidade nasal e pelos seios maxilares, para o correto desenvolvimento de todo o segmento médio da face.

Assim, com a ausência desta passagem, o crescimento da maxila fica bastante comprometido, provocando efeitos dentários e esqueléticos, como maxila atrésica, mordida cruzada posterior, palato profundo e ogival, aumento da dimensão vertical da face, além de alterações de qualidade do sono e diminuição de oxigenação cerebral.

Assim, uma abordagem multi-disciplinar é de grande valia para intervenção nestes casos, onde os Otorrinos atuam na Obstrução propriamente dita, a Fonoaudiologia aborda a reeducação da respiração pelo nariz, e o Ortodontista atua diretamente nas alterações dentárias e esqueléticas que por ventura já tenham se estabelecido nos dentes e tecidos ósseos da face média.