A maioria das pessoas não encara o ronco como um sinal de problema grave de saúde. É verdade que nem todos que roncam apresentam a apnéia obstrutiva, mas é sempre recomendável uma investigação mais rigorosa.

A apnéia do sono é um distúrbio do sono potencialmente grave em que a respiração é interrompida e depois retorna repetidamente. O pior é que a maioria das pessoas que tem esse problema não tem nem idéia que apresentam este distúrbio. Atualmente a falta de qualidade do sono atinge uma vasta camada da população, sendo uma queixa frequente em mais da metade das pessoas adultas. Já a apnéia do sono, pode atingir cerca de um terço da população. O tipo de apnéia mais comum é a OBSTRUTIVA DO SONO, que ocorre quando os músculos da parte posterior da nasofaringe se relaxam, obstruindo fisicamente o canal respiratório, impedindo uma respiração normal. Além de poder provocar uma redução importante da concentração de oxigênio no sangue, este bloqueio respiratório faz o cérebro entrar em alerta, provocando um breve despertar que permite a retomada da respiração. Este circulo vicioso de obstrução e despertar pode se repetir inúmeras vezes ao longo da noite (5 a 30 vezes por hora), podendo provocar sérias complicações. Durante a apnéia é usual a produção sonora de um ronco ou som de sufocamento, e este fracionamento persistente do sono impede as pessoas de alcançar um sono mais profundo (Fase REM), considerado o sono mais reparador e de descanso pleno.

Causas: A principal causa deste tipo de apnéia é a obstrução do canal respiratório. Esta obstrução pode estar associada á obesidade, anatomia das amígdalas, circunferência do pescoço, flacidez tecidual relacionada ao envelhecimento, uso excessivo de álcool, além de ainda poder ser associado a casos de retrognatismo mandibular. Há uma maior predisposição comprovada em homens com mais de 60 anos, embora pessoas mais jovens possam desenvolvê-la. Há ainda outros fatores de risco como: histórico familiar, fatores étnicos (mais comum em afrodescendentes), uso de sedativos/tranquilizantes/ remédios para dormir, cigarro (inflamações e retenções de líquido na via aérea superior) e congestão nasal.

Conseqüências: As principais complicações provocadas pela apnéia do sono são: sonolência, falta de disposição, aumento da pressão arterial, problemas cardíacos, ronco alto, insônia, déficit de atenção, xerostomia (boca seca), irritação e esquecimentos freqüentes (déficit cognitivo). O tratamento requer um interação de várias especialidades médicas e odontológicas. O principal exame para sua comprovação definitiva é a polissonografia, com avaliações complementares de frequência cardíaca e níveis de oxigênio no sangue. A conduta pode variar desde o uso do CPAP (máscara de oxigênio para dormir), cirurgias a laser para toillete tecidual, além de aparelhos ortodônticos/ ortopédicos de avanço da postura mandibular. Além disso, recomendações para a melhora da qualidade de vida são essenciais, como perda de peso em caso de obesidade, evitar consumo de álcool, sedativos e cigarros, além de evitar dormir de barriga para cima.