Nunca houve um consenso na comunidade científica quanto ao uso de chupeta nas crianças. A palavra chupeta quer dizer em inglês Pacifier, ou seja, pacificador, o que tranquiliza ou acalma. E no uso cotidiano, é exatamente este motivo que leva os pais a se utilizarem deste dispositivo.
Seu efeito pacificador é inquestionável, porém não podemos ignorar que ao criarmos um ambiente intrabucal artificial, este processo traz consigo vantagens e desvantagens. Ao nascimento os bebês nascem com um instinto de sobrevivência de sucção. Esta fase oral os faz ter um primeiro contato com o mundo, levando tudo ao seu alcance à boca. Desta maneira, qualquer objeto em contato com a boca os faz sugar. O primeiro efeito prático disso passa pela importância nutricional. Assim, o simples contato com os seios maternos, faz as crianças facilmente sugarem o leite materno.
Dentre os principais motivos que levam os pais a usarem a chupeta estão:
- Para acalmar e regular o horário das crianças: Nas primeiras semanas de vida as crianças alimentadas no peito tem horários muito irregulares e choram mais a noite que durante o dia, assim as chupetas poderiam trazer um sentimento prazeroso de sucção, acalmando-as.
- Para evitar que chupem os dedos: Algumas crianças mais famintas e inquietas podem instintivamente começar a sugar os dedos, mais comumente o polegar, hábito mais difícil de ser interrompido que o do uso das chupetas. Assim, seria “menos pior” a sucção da chupeta do que a sucção digital.
Dentre os principais efeitos deletérios das chupetas estão alterações nos dentes e nas arcadas (mordida aberta anterior; mordida cruzada posterior), alterações no posicionamento da língua, seja em repouso ou em deglutição, além de alterações na fala. Embora este hábito tenha efeitos práticos vantajosos, de fato não deve ser estimulado, embora saibamos que seu uso é muito frequentemente inevitável.
Para os pais que não conseguiram evitar sua utilização, recomendamos que se controle o tempo diário de uso, evitando-se horas intermináveis de sucção, além de ser fortemente recomendado tentar remover o hábito o mais cedo possível, de preferência antes dos 2 anos de idade. A partir de 2 a 3 anos de uso, as alterações bucais passam a ser mais severas e perigosas, precisando quase que invariavelmente de intervenção Ortodôntica precoce.